Se tem alguém mais preguiçosa é a minha enteada, já acorda cansada e a primeira coisa que faz é ligar a televisão, depois deita no sofá e assiste “emetivi”, aquelas bandas malucas e a programação mais doida ainda.
Sem muito que fazer nas férias conseguiu um emprego de babá.
Uma amiga de sua mãe precisou fazer um curso e ela foi substituíla nos cuidados do Pedrinho, um menino esperto de seis anos. O garoto era doido para ter uma babá, todo coleguinha do maternal tinha uma e ele também queria ter assunto para contar.
- Mãe! Quando vem minha babá? Dizia ele, quase todo dia ansioso para conhecer sua baby-sitter.
No dia que ela chegou ele ficou olhando para ela e disse a sua mãe:
- Essa aí que é minha babá?
- É, sim, Pedrinho... Agora deixa mamãe falar com ela, depois a gente conversa! Dona Marília explicou rapidamente os afazeres a Cristiny e logo saiu.
Assim que sua mãe fechou a porta, Pedrinho pegou na mão da babá e disse a ela:
- Gostei de você e vou deixar você me dar banho!
Minha enteada abriu uns olhões e assustada, falou:
Mas ainda não sei dar banho em criança, não!
- Não faz mal – Disse Pedrinho – vou te ensinar.
Pedrinho entrou no box, ficou quietinho em pé e a orientou:
- Agora tira a minha roupa! Cristiny toda envergonhada retirou a roupinha do menino, deixando-o pelado.
- Agora manda eu levantar os braços! Ela mandou.
- Passa bastante sabonete no sovaco... Mamãe diz se não lavar bem fica cheirando mal. Cristiny esfregou bem.
- Agora lava meu bilau! A babá cheia de vergonha refutou: - Há, não, lava você!
- Não! Você é minha babá e tem que lavar, mas com cuidado pra não me machucar!
Com muito custo ela passou sabão nas mãos e ele ordenou:
- Passa bastante sabonete e esfrega bem. Minha mãe diz que bilau também não pode ficar com cheiro ruim!
Cristiny fez tudo que Pedrinho pediu, depois o enxugou, colocou roupinha cheirosa e logo depois ele disse:
- Agora me põe pra “mimi”... Mas você tem que deitar comigo e me abraçar.
Pedrinho adormeceu todo feliz nos braços de sua babá, mesmo sonolento, quando ela tentava se retirar, ele apertava sua mão e não a deixava levantar.
Quando Cristiny saiu, pensou: Se com seis anos esse Pedrinho é tão esperto, imagine quando crescer...!